sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A Proposta ArqTours

Para vivenciar uma cidade, compreender sua estrutura e aproveitar o melhor de sua cultura, a sua evolução histórica e urbana, os seus monumentos e seus edifícios muito têm a contribuir. Somente compreendemos uma cidade quando a enxergamos verdadeiramente, quando compreendemos sua estrutura, convivemos com seus habitantes, provamos suas especialidades culinárias, seus hábitos e vivenciamos sua história.

Esta é a proposta das Visitas Guiadas de Arquitetura por mim idealizadas e realizadas durante 10 anos pela Câmara de Arquitetos, que começaram a ser oferecidas pelo ArqTours em julho de 2009.

A missão fundamental é levar arquitetos, engenheiros, estudantes e interessados a vivenciar as cidades, por ocasião de feiras, congressos ou eventos, com orientação adequada, organização, planejamento direcionado e otimização de tempo e recursos.

A intenção é tornar cada viagem uma experiência única de enriquecimento pessoal e profissional.

A viagem é pensada para ampliar conhecimentos, trocar informações, fazer contatos, conhecer novos produtos, novas tendências e tecnologias.

São viagens de enriquecimento profissional e cultural, e para tanto, é feita por mim uma pesquisa extensa e minusciosa de cada localidade, que gera um rico material quer é compartilhado com o grupo.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quem converte não se diverte!

1 coca-cola em frente ao Palais Chaillot, no Trocadéro, com vista para a Torre Eiffel: 6,60 Euros

1 taça de vinho nas mesinhas externas no restaurante do Museu do Louvre: 18,00 Euros

3 peças de sushi e 1 drink no restaurante japonês do Burj Al Arab: 35 -40 dólares

1 Capuccino na Galeria Vittorio Emanuelle em Milão: 8 Euros

1 Stella ou Corona em qqr balada básica em NY: 6,50 dólares

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Rally no deserto

A imagem das grandes dunas de areia, beduínos no lombo de camelos numa paisagem praticamente monocromática, andando lentamente, seguindo trilhas por dias e dias, pode transmitir, erroneamente, a idéia de monotonia ou sossego e tranquilidade para alguns. Eu imaginava assim.
Isto é o que definitivamente não trouxemos como bagagem depois deste “rally” que fizemos pelas areias de Dubai.

Dunas que pareciam alcançar mais de 30 metros de altura, e nós a bordo de carros esportivos, 4X4, já entramos empolgadíssimos (turistas...) pedindo ao motorista (Abra era seu nome) o passeio “com emoção”, pensando que estávamos diante de algo semelhante aos passeios de bugre de Natal. Cinco minutos depois de pura e profunda emoção no estômago, já começamos a pedir para que o Abra “maneirasse” um pouquinho mais...

Foram manobras radicais pelas areias fofas, descidas íngremes e velozes do topo das dunas, altas performances do nosso amigo Abra, que num inglês quase indecifrável tecia comentários e ria muito das nossas reações. Segundo comentário do próprio Abra, estava encantado por pegar um grupo de brasileiros e achando muito mais divertido do que quando tinha que conduzir para ingleses ou alemães... palavras do Abra!

Kilômetros e mais kilômetros de areia, muita, muita areia, tantas dunas e tantos tons de bege, marrom e terracota que aquela idéia inicial de monocromia (ou monotonia) que tinha do deserto evaporou naquele calorão rapidamente. São muitos tons, as sombras, alturas, volumes, com o por do sol colorindo o céu e fazendo brilhar cada grão de areia.

Para quem nunca tinha estado em um deserto antes, foi um espetáculo!

É interessante a maneira como os automóveis que fazem o passeio tem hora determinada para sair, saem em comboio, comunicam-se e seguem uma rota e direção determinada para evitar choques ou surpresas e principalmente fazer valer o espírito de cooperação e de equipe que há entre eles. Todos juntos, ajudando-se mutuamente, nunca deixam ninguém para trás, sempre sinalizando uns aos outros, sempre atentos. Muito profissionais. N aquele trecho de deserto, criaram esta mão única para o passeio. Pelo inusitado, pela incerteza e principalmente pela paisagem, foi uma experiência e tanto! E haja estômago!

Ao final do passeio, chega-se a um verdadeiro oásis montado para nós turistas, com direito a show de dança do ventre, degustação de narguilé, passeio de camelo, tatuagem de henna e o principal: um banquete de comidas típicas servido ao ar livre, comemos sentados no chão, sobre muitas almofadas e tapetes.

Passeio de grande apelo turístico, é claro, mas como não ser turista em Dubai?!?

Na volta, Abra foi um pouquinho mais generoso conosco nas manobras e conseguimos manter o delicioso jantar que degustamos no devido lugar...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vista de cima da Grande Arche

Para efeito de comparação (destaque para a Tour AXA/Tour First ao fundo, à esquerda):

Esta foto foi tirada por mim em 2003 de cima da Grande Arche (em francês fala-se no feminino mesmo)


La Défense 2003

Esta foto foi tirada 6 anos depois, pelo colega Nido Costa, participante e membro da delegação da Missão Paris Batimat 2009 por mim organizada este ano, de cima da Grande Arche:



La Défense 2009



La Défense e o eixo histórico

La Defense é o distrito de negócios da cidade de Paris.
Torres de grande altura e de volumes variados, um imenso centro comercial, hotéis e serviços, incontáveis linhas subterrâneas de trens, metrôs e rodovias, a grande abóbada branca do CNIT e o emblemático cubo La Grande Arche dão a este quartier um ar sempre contemporâneo.
É isso mesmo.
La Défense continua atual, apesar de seu primeiro plano de massas datar de 1958 e dos seus primeiros edifícios terem sido construídos na década de 60, La Defense continua se renovando. La Défense sempre se superou, a cada nova década, recriando e repensando seus conceitos, reformando antigos edifícios, criando novos planos, trazendo novas tecnologias e inovações, e apesar de já ter enfrentado diversos períodos de crise, continua inovando e crescendo a olhos vistos.

A localização de La Défense é estratégica e foi cuidadosamente definida. No extremo oeste da cidade, além do anel periférico, o quartier de negócios fica sobre o mesmo eixo histórico de Paris que liga o Louvre ao Arco do Triunfo. Um grande projeto inaugurado em 1989 coroou, ou melhor, enquadrou esta ligação com a Paris histórica: La Grande Arche de La Défense.



O imenso cubo vazio revestido de mármore de carrara, fecha simbolicamente a perspectiva e deixa a vista passar. É a Champs Elysées chegando com muita propriedade à periferia, também a Champs Elysées rumando para o futuro, indo além, ultrapassando seus próprios limites e os limites da cidade.

Do alto de sua escadaria, tem-se uma vista impressionante do eixo histórico e nos rendemos conta, mais uma vez, do quanto Paris é fotogênica.

Tour First – La Défense - Paris

Durante a Missão Técnica Batimat Paris 2010, visitamos o canteiro da mais importante obra em andamento em La Défense, distrito financeiro e de negócios, a oeste de Paris.
Esta visita técnica foi bastante especial, por se tratar de uma grande obra de retrofit e da torre mais alta em construção no país até o momento.
A torre original, a Tour AXA, era um edifício de vidros escuros, com 40 andares, concluído em 1974 e baseado nas fachadas cortina dos arranha-céus de Nova York, bem como a maioria das torres construídas na década de 70 na região (segunda geração de torres de La Défense). Naquela época, aquelas torres representavam um avanço, um passo rumo ao futuro, por terem se baseado em Manhattan.
Hoje o quartier de La Défense está passando por um novo processo de renovação e modernização, o quarto processo na verdade, que envolve a adequação desta antiga torre de fachada cortina aos mais altos níveis ambienteis (HQE) bem como a construção de novas torres, também segundo tais princípios.
A reconstrução da Tour First vem neste sentido simbolicamente representar o início desta nova fase, despontando como um marco da renovação do distrito e um importante passo relacionado às preocupações com as questões de sustentabilidade no país.
O retrofit da torre previu em sua reestruturação um incremento de 10 andares à torre original, que passou a ter 50 andares (218 metros de altura), e será o edifício comercial mais alto da França quando concluído (que logo perderá o posto para a Tour Phare, em fase de projeto também para esta região, que alcançará 300 m quando concluída).
Além da altura, um ganho de mais 7.300 m2 de área útil será obtido a partir do incremento de 1,5m no perímetro das lajes de cada um dos pavimentos do edifício original, além do necessario reforço nas estruturas.
O ganho principal está relacionado ao criterioso estudo de insolação que foi feito nas fachadas e permitiu que soluções diferentes e diferentes tipos de fachada (vidros duplos, ventilados ou não ou vidros simples) fossem adotados de acordo com a radiação que cada um recebe no ano e com o sombreamento provocado pelos edifícios vizinhos. O ar condicionado também foi dimensionado e planejado prevendo-se as variações de demanda por toda a área do edifício.
A eficiência dá-se também pelos projetos de iluminação e automação adotados.

Todos estes conceitos adotados em projeto e uma completa explicação sobre a obra nos foram dadas em visita ao escritório SRA, onde fomos recebidos pelo Sr. Jean Rouit, parceiro local do escritório inglês Kohn Pedersen Fox Associates, responsável pelo projeto.Um dos momentos altos desta Missão foi a subida na torre, de onde se têm uma incrível vista de Paris que ficará guardada em nossas memórias e nas muitas fotos que tiramos.

Confira mais algumas delas ainda neste post



E por fim, frase/pensamento de Paul Valéry que estava na entrada da obra desta torre, muito providencial:

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Flanando pelo Canal Saint Martin


A partir do metrô Republique, passando pela movimentada Rue Faubourg Du Temple com seus restaurantes étnicos (muitos daqueles churrascos gregos, os kebabs), chega-se até o Canal Saint Martin, que nos remete a uma Paris bem diferente daquela dos grandes Boulevares, da bele epóque e dos marcos históricos.

Aqui, neste bairro operário do século 19, ao longo do Quai de Valmy, há uma Paris de diques e ancoradouros, com lindas pontes de ferro cruzando o canal e pequenos trechos de parques públicos. Um cenário que parece saído do filme dos tempos de Edit Piaf.

O canal é ladeado por árvores, com bancos e postes antigos, com trechos de calçamento de pedra, o lugar ideal para uma boa e agradável caminhada por uma outra Paris. Há várias opções de bons cafés e bistrôs para um simples, caseiro e verdadeiro Plat Du Jour ou uma Formule, neste caso, é claro, com precinhos bem mais camaradas do que na Place de La Madeleine, por exemplo...


Visitei a Artazart, uma livraria de arte, design e arquitetura que fica no número 83 do Quai Valmy. Uma livraria deliciosa, com muitos livros de arte e design e uma pequena, mas bem selcionada seção de arquitetura. Vale muito a visita!
Ali também há alguns bares da moda, como Favela Chic e a brasserie Chez Prune, que serve ótimos frutos do mar.

Dubai - Uma cidade de contrastes

Durante três dias exploramos Dubai e Abu Dhabi em nossa primeira viagem aos Emirados Árabes, uma breve porém intensa incursão nestas duas impressionantes cidades. Fizemos esta viagem como extensão da Missão Técnica à Batimat de Paris, que já organizo há vários anos.
Maravilhoso. Seria para qualquer um. Não precisa ser arquiteto ou engenheiro para se maravilhar com as grandes obras, grandes aterros, torres subindo por toda parte, canteiros e guindastes em profusão, uma imagem verdadeiramente de oásis da engenharia no meio do deserto. Empreendimentos que enchem os olhos, ilhas artificiais, alguns acabados, outros em obra, que apesar de todas as críticas contrárias e do todo o impacto ambiental que provocam (afinal, ali não há preocupação real com o meio ambiente... ainda), estão com certeza atingindo seu objetivo e chamando a atenção de todo o mundo.




É claro que algumas das obras mais megalomaníacas, como o Hydrópolis e o próprio The World encontram-se em ritmo desacelerado, mas nenhum dos inúmeras devaneios arquitetônicos de Dubai foi cancelado. Nem suspenso.
Com mão de obra muito barata (os imigrantes de países pobres da Ásia, trabalhadores da construção civil, estão ganhando em média 300 dólares por mês) e farta, não há crise que impeça a movimentação dos guindastes e das areias por toda parte.
Nem a Berlim pós reunificação alemã, nem Pequim ou Barcelona pré-olímpica presenciaram tamanha explosão construtiva, tamanho impacto na vida e na economia de uma cidade ou de um país.
Dubai, esta metrópole no deserto, imbuída de uma ambição gigantesca, propõe-se a ser um destino turístico luxuosíssimo e cativar os mais exigentes viajantes da alta classe com seus resorts e mega shoppings e tornar-se a capital de negócios do oriente, com seu distrito financeiro que já abriga a mais alta torre construída no mundo até hoje, o Burj Dubai (em fase de conclusão), e empreendimentos imobiliários de torres de apartamentos e condomínios residenciais dignos de xeiques para abrigar os novos moradores, homens de negócios, em sua maioria ocidentais.
Abu Dhabi, por sua vez, não mede esforços nem recursos para trazer para si o título de capital cultural do oriente, e ali já se observam as obras das futuras filiais do Museu do Louvre e do Guggheinheim, em uma ilha destinada aos museus, chamada Saadiyat Island ou Distrito Cultural de Saadiyat, além de uma filial da Sorbonne de Paris e de outras universidades do mundo ocidental tão bem afamadas quanto. Estivemos lá em dia de Grande Prêmio de Fórmula 1, inclusive. Um privilégio.
Agora, tudo isso é muito novo, muito recente. A história de Dubai cabe em um museu de, acredito eu, pouco mais de 120 metros quadrados, o qual visitamos em 20 minutos.
Impressionante mesmo são os contrastes: a população local nativa (apenas 10% no caso de Dubai), convive com uma infinidade de imigrantes e ocidentais que muitas vezes desconhecem os hábitos e costumes muçulmanos. Restaurantes e pequenos comércios, antigos mercados a céu aberto convivem com colossais e luxuosos shoppings e boutiques das griffes mais famosas e caras do mundo.

A bebida alcoólica, proibida nos restaurantes e bares locais, é largamente consumida em clubes privados e hotéis internacionais. Os mezzes. kebabs, homus e tabules, servidos bem ao lado dos letreiros do Mc Donalds...
As dunas de areia, na imensidão do deserto ali logo ao lado, observam os novos arranha-céus que pontuam a cidade, além, é claro, de um contraste que salta aos olhos: carros que são verdadeiras super máquinas, mega potentes, convivendo lado a lado com os camelos...
Assim é Dubai.
Uma cidade de contrastes maravilhosos, que vale a pena conferir. Uma cidade de muitos “layers”, onde tudo é possível.
Estarei lá novamente, agora em novemrbo, em uma Missão Técnica elaborada a partir desta primeira visita, recheada de muitas experiências extravagantes e exclusivas e visitas técnicas aos principais empreendimentos em andamento na cidade, além, é claro, de visita à feira Big 5 Exhibition, maior evento de construção do oriente.
Para participar desta próxima Missão, entre em contato conosco por email:

raquel@arqtours.com.br

Mais informações sobre o pacote Dubai 2010 em: http://arqtours-arquiteturaeturismo.blogspot.com/2010/08/pacote-dubai.html

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Paris, je t'aime

Declarando meu amor a Paris

Sempre fui fascinada por Paris.
Não é uma cidade alucinante e vibrante como NY, Tóquio ou Berlim, com seus luminosos e seus relógios a girar aceleradamente.
Paris é diferente. Em Paris, ao contrário, o tempo pára. Ela é singular, única.
Um museu a céu aberto, repleto de história, arte e cultura. Nem uma vida inteira seria suficiente para suprir a minha “vontade”de Paris.
Paris é uma cidade que nos convida à contemplação, à degustação (Bien sure!), a praticar a “joie de vivre”. Seus parques, suas praças perfeitas, seus caminhos, as grandes perspectivas, as pessoas, e as vistas do alto... Paris vista do alto revela-se quase mais bonita ainda! Tudo ali para se admirar. Eu fico deslumbrada. Sempre. Não importa quantas vezes já tenha ido.
Paris é como uma grande dama muito, mas muito sofisticada, delicada e cheia de mistérios. Uma dama que se dedica ao toilette completo antes de se apresentar em público, sem nenhum fiozinho de cabelo fora do lugar sequer. Paris é perfeita, mesmo em suas imperfeições. Sabe aquela linda mulher em quem até uma imperfeiçãozinha no queixo, nos lábios ou um pouquinho de estrabismo caem bem? Pois para mim, Paris é linda até quando se mostra imperfeita.
Não há nada mais prazeroso do que flanar em Paris. Sem destino, sem pressa.
Flanêrie... Só os franceses mesmo pra inventar um substantivo para definir o “andar sem rumo”...
Mesmo com toda a oferta de atrações turísticas, espetáculos, museus, o melhor mesmo é simplesmente flanar. Sem hora e sem destino. Deixar a cidade penetrar por todos os seus poros. Se perder em Paris é se encontrar.
Paris me emociona. Paris me encanta. Ir a Paris é como reencontrar uma velha amiga, sempre cheia de histórias pra contar, com quem a gente não vê o tempo passar.
Paris é inesgotável. Já fui e voltei várias e várias vezes, e a cada viagem, tentei decupar a cidade palmo a palmo, e há muito constatei que todo o tempo ou o sempre será insuficiente. Paris sempre revelará uma nova face, será uma novidade, mesmo com seus muitos e muitos séculos de existência, a cada viagem redescubro a cidade. E a mim mesma. É uma cidade que se renova, acima de tudo.
Como estudiosa do desenvolvimento urbano de diversas cidades européias, Paris ainda é para mim uma inesgotável fonte de pesquisa. Minha preferida. As perspectivas criadas pelas aberturas dos grandes Boulevares, o eixo monumental que exibe séculos e séculos de história ao longo de sua trajetória, passando pelo Louvre, Place de La Concorde, Tuilleries, Champs Elisees, Arc Du Triumph, Grande Armée, culminando na Grand Arché de La Défense tão contemporânea, dariam todo um tratado de história do urbanismo. As perspectivas mais inusitadas que culminam em seus pontos de fuga com monumentos como o Panthéon, Invalides, ou ainda as pontes e o Sena. As pontes de Paris com certeza dariam um outro tratado.
E tem também esta mistura entre o novo e o antigo, que, diga-se de passagem, também dá todo um “charme” – só pra usar um galicismo – à cidade e proporciona contrastes incríveis.
Paris é fotogênica. Impossível voltar de lá com fotos ruins. Também é impossível voltar sem boas memórias “gustativas”. Comer mal em Paris é praticamente impossível. Em qualquer brasserie ou bistrô, qualquer “Formule” ou “Plat Du Jour” é tratado como alta gastronomia até na apresentação do prato, sempre bem caprichada, com aquele toque francês...
Enfim, Paris é Paris. Incomparável e inesquecível. Revisitá-la será sempre uma grande alegria e uma grande renovação.
A bientôt, Paris!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Site ArqTours

Pessoal,
Os programas de Visitas Guiadas, Viagens Culturais e Missões Técnicas da Câmara de Arquitetos agora terão seu próprio espaço: meu novo site, ArqTours.com.br by Raquel Palhares!!

O site está sendo finalizado, está cheio de novidades, dicas, fotos etc e em breve receberão notícias.

Além da 4a edição da Missão Técnica Paris Batimat que já está confirmada para o próximo mês, este ano vamos também a Dubai, e em 2010, muitas novidades. Aguardem!!!...e Podem ir arrumando as malas!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Missão Técnica BATIMAT Paris e Dubai

De 27 de outubro a 08 de novembro deste ano, realizarei mais uma Missão Técnica à Paris, por ocasião da BATIMAT, Salão Internacional da Construção, especializada em tecnologia, equipamentos e materiais para construção que este ano terá enfoque no desenvolvimento sustentável e eficiência energética.
A Missão Técnica à BATIMAT-Paris e DUBAI, incluirá, além de dias dedicados às visitas à feira, um dia de visitas técnicas guiadas em cada cidade, atividades culturais e sociais, proporcionando à delegação de profissionais momentos de networking, informação técnica, cultura e negócios. Nesta oportunidade, conheceremos Dubai, maior canteiro de obras do mundo e muitas novas obras na cidade luz.

Para mais informações, favor contactar raquel@arqtours.com.br

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Brunch em NY

É uma tradição.

Aos sábados e domingos, o brunch nova-iorquino transforma a agitação comum aos moradores e à própria cidade em calma e apreciação. É isso mesmo. Eles apreciam muito este momento, a comida, as bebidas e tomam seu tempo. É como se fosse uma forma de recarregar as baterias para começar uma nova semana na Grande Metrópole. Os buffets de café da manhã das sofisticadas padarias de São Paulo e dos grandes hotéis podem ser ótimos e funcionar bem por aqui (lembro-me até da época aqui em Sampa que saíamos da balada direto pro café da manhã do Maksoud Plaza - puro glamour), mas lá é diferente. Não pelo glamour, mas tem um gostinho especial...talvez sejam as panquecas e waffles...mas desconfio que seja mesmo pelos drinques, champanhe...

Os bistrôs, restaurantes e cafés ficam lotados, e nos mais concorridos, as filas são comuns. São dezenas de pessoas na rua em pé, esperando uma mesa (de preferência na calçada nos meses mais quentes). Nesta época do ano, julho/agosto, tudo fica mais bonito e animado com a chegada do verão. As mesinhas na calçada são sempre as mais concorridas, mas nem sempre acomodam grupos grandes, pois são de 2 a 4 lugares e devido ao espaço sempre restrito, não dá pra “juntar” uma mesa na outra , hábito tupiniquim que eles não apreciam nem um pouco...
Espera para o brunch no Sarabeth´s, ao lado do The Plaza: a cena se repete por toda a ilha nos finais de semana

Como turista ou como ciccerone em NY, sempre foi difícil dedicar muitas horas ao brunch e apreciá-lo à moda, como deve ser. Sempre preferi me atirar nos museus e nas caminhadas sem perda de tempo, pra aproveitar ao máximo a cidade.

Mas desta vez e pra sempre descobri: não é perda de tempo não, é tempo ganho! Foi uma experiência incrível!

Fomos ao Isabella´s. Sugestão da minha nova amiga Anna, guia brasileira em NY.




Da esq pra dir: Lisa, Isa, Cris e Tefi Demori - todas de Caxias, Roseli -de SP- e eu, à direita: uma das muitas boas lembranças desta viagem


Fica no Upper West Side, Columbus Av, na esquina (SW) bem atrás do Museu de História Natural. Pena não ter conhecido este lugar antes...já teria tomado muitas mimosas na vida...mas Nova York é assim, cheia de surpresas, mesmo para os turistas mais “habitués”...

Frutas frescas cortadas com a precisão e delicadeza de um bom sashimi, pãezinhos deliciosos, um omelete inesquecível guarnecido de salada e uma generosa fatia de melão...fora as panquecas e waffles que fazem crescer os olhos...e os quilinhos também...




Meu Omelete com Mushrooms e Cheddar derretido




Crepe Pancakes com muitas "berries"






Tradicional Bagel com Salmão e Cream Cheese das "Delis nossas de todo dia" aqui em grande estilo



Outros pratos tradicionais num brunch são as torradas, o bagel, o salmão defumado, o cream cheese, ovos preparados de mil maneiras, o dispensável bacon, tudo regado a café, chá, sucos e – porque não- mimosas e bellinis...mas para apreciar os alcoólicos, vá depois do meio dia e, pelo movimento daquele domingo, se puder, faça uma reserva. É possível fazer reserva on line.

vai a dica então:
Isabella´s
359 Columbus Ave.at 77th St.

domingo, 19 de julho de 2009

Vídeo - Adeus a Michael Jackson no Harlem

Dia 07 de julho de 2009
Mais um filmezinho legal complementando o post anterior sobre MJ.
Destaque para Henrique Bianchini (de costas, camiseta branca e mochila vermelha dançando), professor de dança e estudioso da cultura Hip Hop da Casa da Dança , em São Paulo, que acompanhou o grupo e idealizou esta emocionante caminhada pelo Harlem, e contribuiu com sua dança e com seus conhecimentos nesta fantástica viagem, o 1o. Urban Dance Experience Tour!



Dia 07 de Julho de 2009 - O adeus a Michael Jackson

Esta foi uma experiência única, que merece ser compartilhada aqui.

Por uma coincidência, estávamos no Harlem, em Nova York, justamente no dia 07 de julho, mesmo dia em que aconteceria, em Los Angeles, horas mais tarde, o sepultamento do corpo de Michael Jackson.


Aqui estou em frente a entrada do Apollo Theatre,ao lado desta imagem de MJ montada com flores



Mais coincidências: estava com um grupo da Casa da Dança de SP liderados pelos professores de dança Tati Sanchis e Henrique Bianchini (tinha dançarinos de várias partes do Brasil e até uma representante internacional: do Uruguai!!). Estávamos participando do 1o. Urban Dance Experience Tour. O grupo era formado por professores de dança e vários alunos de hip-hop, dentre os quais me incluo...no meu caso, por puro prazer de dançar... E que grande "experience" tivemos este dia!

Ali, na mais conhecida comunidade afro-americana dos Estados Unidos, participamos de manifestações espontâneas e muito emocionantes sem que nos déssemos conta de que naquele mesmo dia o corpo de MJ seria sepultado e que estávamos vivendo um momento histórico.

Muitas equipes de TV, antenas, fotógrafos, todos em busca de imagens que transmitissem ao mundo aquela emoção. E nós ali, sentindo na pele e no lugar.



Equipes de TV à postos por toda a praça em busca de imagens que traduzissem tudo aquilo que acontecia ali

Independentemente das suas esquisitices e dos escândalos em que o astro se envolveu em seus últimos anos de vida, para mim ele foi e sempre será um grande artista, um visionário, ainda pequeno já se destacava entre os irmãos, e se transformou no fenômeno da música pop, revolucionando, levando para a grande mídia aqueles seus movimentos que se tornaram “marca registrada” de sua dança, suas coreografias e seus clipes inovadores que deixavam a todos boquiabertos pelas soluções tecnológicas e pela criatividade. Grande artista. Ele flutuava no ar. Estava adiante de seu tempo. Era muito, era tanto que acho que não cabia mesmo naquele corpo.
Então, à nossa maneira, também nos despedimos dele.

Neste momento, encontramos reunidas numa praça logo ao lado do Apollo Theater, várias pessoas que, com um rádio ligado, ouviam, cantavam e dançavam em homenagem ao ídolo. Uma celebração espontânea e muito, muito alegre. E as músicas que ouvimos fizeram todo o sentido naquele momento. Nós, turistas entre os locais, brancos em meio aos pretos, mas todos unidos em um mesmo sentimento, dançando juntos, cantando....todos tão iguais...”Make a better place...” ”For you and for me and the entire human race....” ”don´t matter if you´re black or white ...” Tudo fazia sentido! Muita vontade de chorar!

Unidos em coro a esta pequena roda de fãs, cantamos e dançamos na 125th Street as músicas de Michael!!

Já a parafernália montada em frente ao Apollo Theater logo ao lado, parecia um grande delírio e mais remetia à agitação da Times Square. Muita gente tentando ganhar uns dolarezinhos em cima do ídolo. Dezenas de barraquinhas de camisetas, bonés, CDs DVDs, toda sorte de souvenirs com a imagem de Michael, luvinhas brancas às pencas e até a caneta pra deixar uma mensagem na parede era alugada. Mas isso não tirava a importância do momento e o clima de despedida que tomava conta das pessoas e do lugar. Rosas, presentes, pelúcias, coroas de flores....um tributo ao ídolo...O corpo podia estar em LA, mas foi velado ali também. Sentimos isso.

Foi muito emocionante deixar um recado ali, em meio à mensagens de gente de todo o mundo. Nunca tinha presenciado tão de perto a emoção da despedida a um grande ídolo mundial. Fico imaginando como deve ter sido com a Princesa Diana, John Lennon, Airton Senna e tantos outros seres especiais que passaram aqui pela Terra...Um momento especial sem dúvida... e muito, muito pessoal, muito subjetivo. Cada um se apropriando daquilo tudo de uma maneira, à sua maneira, fazendo sua oração, e sentindo de forma única e diferente....

Para compartilhar um pouquinho aqui com vocês, postei alguns vídeos na sequência, tentando traduzir a emoção de estar presente nesta hora neste lugar!

To MJ: Your Music will live forever!!!!!



sexta-feira, 12 de junho de 2009

Museus em Nova York

- Museum Mile

Muitos museus de Nova York concentram-se em Upper East Side. Algumas ruas da região foram apelidadas de “Museum Mile”, ou “Milha dos Museus” devido à grande concentração de museus nas proximidades.


Muitos deles estão localizados em construções de arquitetura tão importante e variada quanto seus acervos. O maior de todos e talvez o mais importante é o Metropolitan Museum of Art, ou simplesmente, Met.
Foto: Vista aérea do Metropolitan Museum of Art

Criado em 1870 por artistas e filantropos, o Metropolitan possui um dos maiores e mais completos acervos de arte sobre o mundo ocidental, desde os primórdios até os dias de hoje.

Mudou-se para esta localização, ocupando inclusive uma porção do Central Park, em 1880, e o projeto original do edifício já sofreu diversas alterações e acréscimos ao longo dos anos.


A fachada neoclássica atual é de 1926. Um projeto de integração da arquitetura e dos diversos salões foi aprovado em 1971 e finalizado em 1991. O projeto proporcionou uma maior acessibilidade a todos as salas do museu e melhor compreensão de seu extenso acervo, ao acomodar as obras de diferentes épocas ao longo de rotas distintas que explicam a evolução de forma mais didática.

Ainda em Upper East Side, em 1959 foram concluidas as obras de um dos edifícios mais conhecidos do mundo, o Solomon R. Guggenheim Museum, em homenagem ao homem cuja paixão pelas artes originou a fundação que leva seu nome, criada a partir de acervo próprio, depois da sua morte no naufrágio do Titanic.

Coube ao arquiteto Frank Lloyd Wright o projeto do edifício cuja famosa forma em espiral das rampas em concreto que dão aceso ao acervo do museu criam um volume na fachada que se destaca da paisagem do entorno.

O projeto recebeu duras críticas de artistas, que diziam que as paredes eram muito pequenas para as dimensões das pinturas que seriam expostas. Em resposta a isso, Wright respondeu que deveriam então cortar as pinturas pela metade para que cabessem em suas paredes. Wright faleceu antes do término desta obra.

Foto: Guggenheim Museum

O museu seguinte a ser inaugurado na região foi o Whitney Museum of American Art, que se mudou para esta sede em 1966. O projeto é de Marcel Breuer, um edifício em forma de pirâmide invertida com um acervo significativo de arte americana do século XX.

Outro destaque da região é o Museum of the City of Manhattan, que conta a história da cidade.

- MoMA

No final da década de trinta, enquanto na Europa a Segunda Guerra Mundial estava a ponto de ser deflagrada, o Museu de Arte Moderna, MoMA, definiu que precisava de uma nova sede. Fundado em 1929, encarregou os Arqs. Philip Goodwin e Eduard Durrell para tal empreitada.

O edifício, inaugurado em 1939, causou muita polêmica com sua fachada de mármore branco e vidro, mesmo respeitando o gabarito de fachada de todo o entorno, com seus 7 pavimentos. O museu auto-intitulou sua sede como “A primeira obra de Estilo Internacional da América”.

De 1939 em diante, foram diversas ampliações e anexos, sob a chefia do arquiteto Philip Johnson. Em 1977 o arquiteto Cesar Pelli foi convidado para desenhar uma torre e uma nova ampliação para o edifício. Em 2004, o arquiteto Yoshio Taniguchi criou uma nova extensão para o museu e foi responsável pelo projeto de integração que unificou as obras de ampliação das diferentes fases por que passou o edifício.

- American Museum of Natural History


Um dos maiores museus de história natural do mundo. A partir do prédio original, de 1877, o complexo se expandiu, ocupando hoje quatro quarteirões inteiros em Upper West Side.

Em 2000, foi anexado no lado norte do museu o Rose Center for Earth and Space, projeto de Polshek and Partners, que abriga um planetário de 26 metros de diâmetro dentro de um enorme cubo de vidro.

- Novos museus

Novos museus continuam surgindo em Nova York mesmo nos dias atuais. Dois dos mais recentes e interessantes projetos arquitetônicos de museus, independentemete de seus acervos, são o American Folk Art Museum e o Skyscraper Museum.
O American Folk Art Museum (45 West 53rd Street), projeto de Todd Williams e Billie Tsien, foi inaugurado em 2001. Construído do zero em um terreno estreito e profundo, sua solução arquitetônica privilegia a entrada de luz natural através de clarabóias e aberturas verticais.
O Skyscraper Museum, que desde 2004 passou a ter uma sede própria, no edifício do Hotel Ritz-Carloton, tem projeto assinado pelo escritório SOM (Skidmore Owings & Merril). O Museu ocupa pouco mais de de 1,5 mil metros quadrados no térreo da torre de 38 andares do Ritz-Carlton em Battery Park City.
Confirmando o ditado de que nos melhores frascos encontram-se os melhores perfumes, este museu de proporções modestas pelos padrões institucionais, consegue evocar o tema abordado através de sua arquitetura, mesmo com seus modestos 3,65 metros de pé direito.

Graças ao cuidadoso projeto do escritório Skidmore Owings & Merril, o espaço do museu brinca com nossos sentidos e é uma atração a parte. A arquitetura talvez seja uma das principais obras de seu acervo. Os materiais reflexivos utilizados, como aço inoxidável e vidro, criam a sensação de um espaço infinitamente maior.
Teto e piso forrados com inox espelhado e outros materiais reflexivos nos transmitem a idéia de um edifício em andamento, de um edifício em obras, ou a sensação de estarmos no topo de um dos arranha-céus de Manhattan ou até mesmo caminhando sobre o aço da obra de um de seus célebres edifícios, como os operários do Empire State Building nas famosas fotografias de Lewis Hines.
Outro novo museu é o New Museum of Contemporary Art, em Lower East Side, inaugurado em novembro de 2007, obra do escritório SANAA dos Arq. Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Urban Center Books - Nova York

Esta é uma dica para os apaixonados por livros de arte, arquitetura, design e urbanismo e que curtem ir a lugares bacanas e nada turísticos.
Tem uma livraria muito legal, atrás da St Patrick Cathedral chamada
Urban Center Books (457 Madison Avenue, entre 50th e 51th Str). O lugar já é um charme, pois fica numa construção histórica chamada “Villard Houses”, com um "courtyard" que é uma graça e traz um pouco de calmaria para o lugar, em meio à efervescência de Manhattan.
A livraria fica no primeiro andar do prédio à esquerda do jardim (precisa tocar a campainha – olha que charme?!?). Vale à pena visitar e garimpar livros lindos e bons, muitos inéditos no Brasil.


Foto: Villard Houses, onde fica o Urban Center e sua livraria no primeiro andar

Além das publicações de arte, história, arquitetura e design, tem mapas históricos da cidade incríveis (eu gostei de um, com o projeto original de Law Olmestead para o Central Park que custava uns 1800 dólares...) e muitas gravuras.
A livraria é mantida pela
Municipal Art Society of New York e a construção abriga também o próprio Urban Center, que oferece palestras, mostras e exibições interessantes. Indico mesmo!