sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Rally no deserto

A imagem das grandes dunas de areia, beduínos no lombo de camelos numa paisagem praticamente monocromática, andando lentamente, seguindo trilhas por dias e dias, pode transmitir, erroneamente, a idéia de monotonia ou sossego e tranquilidade para alguns. Eu imaginava assim.
Isto é o que definitivamente não trouxemos como bagagem depois deste “rally” que fizemos pelas areias de Dubai.

Dunas que pareciam alcançar mais de 30 metros de altura, e nós a bordo de carros esportivos, 4X4, já entramos empolgadíssimos (turistas...) pedindo ao motorista (Abra era seu nome) o passeio “com emoção”, pensando que estávamos diante de algo semelhante aos passeios de bugre de Natal. Cinco minutos depois de pura e profunda emoção no estômago, já começamos a pedir para que o Abra “maneirasse” um pouquinho mais...

Foram manobras radicais pelas areias fofas, descidas íngremes e velozes do topo das dunas, altas performances do nosso amigo Abra, que num inglês quase indecifrável tecia comentários e ria muito das nossas reações. Segundo comentário do próprio Abra, estava encantado por pegar um grupo de brasileiros e achando muito mais divertido do que quando tinha que conduzir para ingleses ou alemães... palavras do Abra!

Kilômetros e mais kilômetros de areia, muita, muita areia, tantas dunas e tantos tons de bege, marrom e terracota que aquela idéia inicial de monocromia (ou monotonia) que tinha do deserto evaporou naquele calorão rapidamente. São muitos tons, as sombras, alturas, volumes, com o por do sol colorindo o céu e fazendo brilhar cada grão de areia.

Para quem nunca tinha estado em um deserto antes, foi um espetáculo!

É interessante a maneira como os automóveis que fazem o passeio tem hora determinada para sair, saem em comboio, comunicam-se e seguem uma rota e direção determinada para evitar choques ou surpresas e principalmente fazer valer o espírito de cooperação e de equipe que há entre eles. Todos juntos, ajudando-se mutuamente, nunca deixam ninguém para trás, sempre sinalizando uns aos outros, sempre atentos. Muito profissionais. N aquele trecho de deserto, criaram esta mão única para o passeio. Pelo inusitado, pela incerteza e principalmente pela paisagem, foi uma experiência e tanto! E haja estômago!

Ao final do passeio, chega-se a um verdadeiro oásis montado para nós turistas, com direito a show de dança do ventre, degustação de narguilé, passeio de camelo, tatuagem de henna e o principal: um banquete de comidas típicas servido ao ar livre, comemos sentados no chão, sobre muitas almofadas e tapetes.

Passeio de grande apelo turístico, é claro, mas como não ser turista em Dubai?!?

Na volta, Abra foi um pouquinho mais generoso conosco nas manobras e conseguimos manter o delicioso jantar que degustamos no devido lugar...

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