quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Moderno e sotisficado

Melhor dizendo: sofisticado, moderno e sa-bo-ro-so! Assim é o River Cafe, o italiano moderno de Londres.
É certo que hoje em dia, no mundo todo, são muitos os restaurantes italianos de uma nova geração, mais moderna, cujo estilo está há anos luz das cantinas e trattorias com aquelas garrafas de Chianti enfeitadas com fitilhos “verde, rosso e bianco” pendurados no teto e máscaras de Veneza pelas paredes...mas uma coisa é
certa: mesmo que hajam muitas cozinhas italianas modernas, esta é diferente.




E se você for arquiteto ou amante de arquitetura, vai ganhar um plus a mais:
Poderá apreciar, logo ali ao lado, na esquina, na fachada de vidro de um prédio baixinho, as maquetes de obras internacionalmente conhecidas como a do Centro Georges Pompidou em Paris...isso! aquele prédio todo colorido com as tubulações aparentes! é o atelier de ninguém mais ninguém menos que Richard Rogers, arquiteto de pais britânicos (mas que nasceu em Florença)que assim como Foster recebeu o título de “Sir” da Casa dos Lordes em 1996. Grande arquiteto, de projeção internacional.
Sobre o restaurante, a chef e proprietária do River Café é Ruth Rogers, esposa do arquiteto.




O local foi aberto em 87, para ser um café e ponto de encontro dos funcionários do escritório de arquitetura de Rogers, e tem um jardim em frente,
com vista para o Tâmisa. Ganhou fama, uma estrela no Michelin em 97 e hoje atrai gente muito bonita e abastada, locais e gente do mundo todo, amantes da boa gastronomia.
O ambiente lembra em tudo o estilo de Rogers, que reformou o lugar em 87. (Fui ao banheiro e ficava pulando de alegria!! Nossa! Olha a porta colorida!!! Olha o tampo da mesa!!! olha tudo!! Richard Rogers!!!...se voc~e é arquiteto, deve estar entendendo minha empolgação..)
O Menu traz pratos com ingredientes da estação, e está sempre mudando.




Menu simples, imperdível e saboroso. O que faz realmente a diferença é a qualidade dos ingredientes, temperos e claro as mãos de Ruth que transformam um espinafre cozido, ou um pedaço de polenta ou uma flor de alcachofra numa verdadeira experiência... muito, muito bem feito...tudo, inclusive as pastas “ hand made” e as carnes que ficam assando na cozinha, às vistas de todos num lindo e imenso forno imenso que compõe perfeitamente com a arquitetura do lugar.



São umas cinco ou seis opções de entrada, de primeiro prato e de segundo, numa folha impressa.
No verso, sobremesas, sorvetes e queijos fecham o menu...A seleção de vinhos é
formada exclusivamente por italianos...por mim tudo bem...claro ue não deu pra pedir nem um Amarone, nem um Brunello...teve que ser um vinho mais simples...aí, pedimos dois...hehehe...



A sofisicação fica por conta da assinatura de Richrd Rogers no projeto, pelo escritório ali do lado e pelos ingredientes de procedência indiscutível, o moderno fica por conta da clientela e também do ambiente...e o sabor...ah! Isto está nas mãos e criações de Ruth!
Grande noite! Memorável...




Para mais fotos de The River Café, clique aqui e confira o album no PICASA:









Filleto diManzo que fi assado bem ali, no fundo do salão, num forno que fica aparente para todos!






Branzino. Este foi meu secondo! (o Primo foi um ravioli - confira mais imagens no PICASA:https://picasaweb.google.com/quelpalhares/TheRiverCafeLondon?authuser=0&feat=directlink

Duas obras de Foster em Londres

O Museu Britânico é parada mais que obrigatória para qualquer turista em Londres. Acervo incrível de proporções colossais (são mais de 7 milhões de objetos, de todos os continentes), peças raras, de grande valor histórico que nos permitem uma verdadeira imersão na história e na cultura das civilizações.

O mais interessante é que além de parada obrigatória por conta de seu acervo, na última década o Museu foi se tornando cada vez mais um local de passagem obrigatória para muitos dos habitantes que no seu dia a dia costumam caminhar ou descansar por ali. No coração dos edifícios neoclássicos que abrigam as coleções, o grande quadrilátero que no projeto original ficava a céu aberto, recebeu no ano 2000, em comemoração ao novo milênio, uma imensa cobertura translúcida criada pela arquiteto e Lorde inglês, Sir Norman Foster.
Visto de fora, o Museu já é bastante imponente, desde os portões de entrada até suas colunas na fachada e a escadaria principal, mas lá fora não há nada, nenhum sinal, nenhuma dica sequer sobre a cobertura e esta “praça coberta” que lá dentro se revela. Talvez por isso, ela ainda hoje continue surpreendendo quem visita o museu pela primeira vez. A estrutura e os vidros sugerem movimento, a cobertura como um todo criaum “link” entre as salas do acervo que ficam ao redor do quadrilátero e promove a entrada da luz natural e um grande bem estar, tanto no inverno quanto no verão, tudo muito convidativo, muito agradável. Não é à tôa que as pessoas que por ali moram ou trabalham costumam cortar caminho por dentro do museu, percorrendo o “Great Court”, de um lado a outro,e também se apropriam daquele espaço de várias maneiras, como uma praça fechada onde se pode ficar e além de tudo respirar toda aquela cultura milenar.

Já do outro lado do Tâmisa, um outro projeto de Foster, este exposto em toda a sua exuberância e visível às margens do rio a quilômetros de distância, provoca também sensações em quem o vê.

Inaugurado em 2002, o City Hall tem uma arquitetura toda peculiar, tanto por fora quanto por dentro. Um volume que parece uma esfera modificada, muito mais que uma simples elipse, um edifício que não se sabe ao certo onde é a frente e onde ficam os fundos e que veio ao longo destes anos recebendo de londrinos e de turistas muitos apelidos, alguns carinhosos outros nem tanto.

Este foi o primeiro edifício de uma série de obras que foram sendo erguidas em Southwark, a fim de renovar toda a região e criar uma nova vida e uma nova identidade para estre trecho ao sul do Tamisa.

O volume inusitado da prefeitura já virou cartão postal da cidade, e para os turistas, são contadas histórias poéticas que justificariam a sua forma, mas é muito importante ter ciência de que a forma do edifífcio vai muito além de razões puramente estéticas: para se chegar nesta forma, o edifício foi estudado e reestudado em odelos computadorizados para que alcançasse os melhores níveis de eficiência energética possíveis e aqui vãoalgumas considerações para que, em sua próxima visita a Londres, possa olhar o City Hall com outros olhos:

De todas as formas sólidas, a esfera tem a menor área de superfície em relação ao volume. Com esta esfera modificada, o edifício passa a ter aproximadamente 25% menos área de fachada do que, por exemplo, um edifício quadrado, com o mesmo volume. Minimizando a área de superfície do edifício, a perda ou ganho de calor não desejado pode ser evitado.

A sua inclinação, com cada pavimento se sobrepondo ligeiramente para fora em relação ao inferior, também é favorável à eficiência energética: desta forma, na face sul (mais ensolarada) cada pavimento sombreia o de baixo, evitando o excesso de radiação solar e portanto diminuindo a demanda energética e o consequente uso de ar condicionado.

Na face norte, onde o edifício recebe menor radiação solar, pode-se abrir as janelas da fachada para a entrada de luz natural e permitindo ainda, neste caso, ampla vista do rio.

Modelagens computacionais com muitas análise integradas estudaram a forma e demonstraram como mover as correntes de ar através da construção, e a planta do interior do edifício também foi definida de forma a maximizar a ventilação natural.
Neste projeto, Foster usou a experiência adquirida no Reichtag de Berlim, e aparece novamente a rampa helicoidal que percorre todo o edifício por dentro e proporciona bons níveis de isolamento acústico, como também foram alcançados anteriormente na sede do Parlamento Alemão em Berlim.

Mas para que nã seperca o ar poético e estético, o comentário é que a rampa que se vê desde lá de fora representa o acesso aos governantes e a transparência dos mesmos. ´
O que posso assegurar com toda a certeza, é que poesia mesmo foi subir aquela rampa, e que a transparência, pelo menos de dentro pra fora nos permite ver a porção norte Londres e o Tâmisa ficando bem aos nossos pés. E apesar da pouca altura do edifício (10 andares), do último andar tem-se vistas de tirar o fôlego da famosa Tower Bridge, da Torre de Londres e do aglomerado de edifícios altos do outroladodo rio...nesta hora, não dá pra ficar pensando em eficiencia energéitca e ar condicionado, iluminação natural...só dá pra sentir...e viajar na historia e na arquitetura que só os olhos podem ver... Pura poesia!